terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bianchi Particular 2005 - a cunhada


Não esperem outro relato apaixonado. Assim como com as mulheres o fato de sua namorada ser bonita, não é garantia de que você terá uma cunhada estonteante, com os vinhos, nem sempre o fato de uma vinícola produzir um vinho excelente é garantia de que toda a sua produção merecerá os mesmos elogios.
A “genética” dos vinhos se submete a inúmeras variáveis, dentre as quais clima, solo, casta e procedimento de vinificação e envelhecimento fazem toda a diferença.
Entre o Famiglia Bianchi Cabernet Sauvignon e o Bianchi Particular, embora se possa dizer que clima, solo e casta são semelhantes, o jeito de fazer é diferente e isso muda absolutamente tudo.
O Bianchi Particular é um vinho que não passa pelo carvalho, numa opção que privilegia o frutado. O Famiglia Bianchi envelhece em carvalho francês e americano.
Certamente, eles conseguiram alcançar o que queriam: Um vinho frutadão (cereja, frutas vermelhas) com taninos leves, uma acidez acentuada e agradável, boa persistência. Enfim, um vinho pra beber em goles grandes, até porque, mesmo apresentando um final alcoólico um pouco destacado, é um vinho muito agradável.
É um vinho que traz uma visão diferente para a cabernet. A fruta sem a influência da madeira. Vale a pena provar.
Minha opinião pessoal? Preciso realmente dizer?
Eu prefiro a outra irmã (a namorada). Desejar cunhada é coisa de Nelson Rodrigues.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Quinta de Gomariz e a Serpente de Cabelos
















Entre os habitantes de Sequeiró, local onde é produzido o Vinho Verde postado abaixo, é passada, de pai para filho, uma narrativa fantástica que associa a ficção e a realidade.


Acreditava-se que, pelos arredores do Pinheiro-torto, Trás-da-cerca e das bouças da Quinta de Gomariz (quinta que dá nome àquele vinho) aparecia uma serpente com cabelos negros que habitava as velhas minas que tinham ligação com o mosteiro de Landim (foto acima), em busca dos Vinhos dali.


À primeira vista soa muito estranho esta estória que traz em seu bojo uma serpente de cabelos zanzando por Trás-da-cerca e pelo pau torto (quis dizer, Pinheiro-torto).


Neste ponto tenho certeza que vocês já estão se perguntando: que merda é essa que Fialho quer dizer? Será que tem algo a ver com o Vinho postado abaixo além da referência à Quinta de Gomariz?


Vejam. A realidade nesta estória está nos locais nela apontados que, realmente, existem. Entretanto, o significado da ficção criada em torno da “serpente de cabelo” que aparecia “em busca do vinho” (que pode ser o postado abaixo) é que valeu a pena desvendar.


E a resposta, meu amigos, sobre quem desejava tanto aquele vinho, encontrei em Cruz e Souza, poeta brasileiro precursor do simbolismo:


Serpente de Cabelos


A tua trança negra e desmanchada
Por sobre o corpo nu, torso inteiriço,
Claro, radiante de esplendor e viço,
Ah! lembra a noite de astros apagada.

Luxúria deslumbrante e aveludada
Através desse mármore maciço
Da carne, o meu olhar nela espreguiço
Felinamente, nessa trance ondeada.

E fico absorto, num torpor de coma,
Na sensação narcótica do aroma,
Dentre a vertigem túrbida dos zeros.

És a origem do Mal, és a nervosa
Serpente tentadora e tenebrosa,
Tenebrosa serpente de cabelos!...

Quinta de Gomariz – Colheita Selecionada - O Vinho do verão

Seguindo o caminho resiliente de Ricardo, volto a trazer aos meus amigos mais uma dica: O Quinta de Gomariz – Colheita Selecionada. Esta garrafa de Vinho Verde branco veio diretamente de Portugal na mala de meu Pai (vide postagem realizada em 17/08/2009) e, como não poderia deixar de ser, foi apreciada por mim e por ele, na companhia do velho Juruba.

Embora Karen Macneil (em A Bíblia do Vinho) considere que “muitos Vinhos Verdes sejam simples e neutro, próprios para acompanhar humildes pratos de peixe”, o Quinta de Gomariz – Colheita Selecionada, produzido em Sequeiró, na cidade de Santo Tirso, às margens do Rio Ave e exatamente na fronteira entre a Região do Douro (da qual faz parte) e do Minho, foge, completamente, a tais características.

Aos olhos apresenta-se na cor citrina (adjetivo muito utilizado em Portugal para descrever aquele amarelo esverdeado presente, e.g., num limão muito maduro), límpido e brilhante. No nariz é clara a presença de toques florais e viva as notas de frutas. Na boca mostra-se suave, com boa persistência, e com acidez que lembra a maça verde.

A sua leve gaseificação, aliada ao baixo teor alcoólico (apenas 11,5%), bem como a recomendação de ser servido gelado (entre 8 e 10ºC) torna este vinho perfeito para ser apreciado no nosso verão.

Para não perder o costume, vale dizer que este vinho foi premiado com a medalha de ouro da CVRVV - Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (2009), bem como com a medalha de ouro no CMB de 2009.

Para maiores informações e, inclusive, compra on-line, acesse WWW.quintadegomariz.com

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Alta Vista Malbec - Grande Reserve - Terroir Selection 2006 - Robert Parker "Feladaputa"




Pode parecer bem estranho e contraditório que um blog que usa como lema um texto de Matt Kremer (já tá ficando chato citar esse cara!) que critica o atual julgamento atlético dos vinhos, volta e meia inclua em suas publicações algumas referências às pontuações, especialmente de Robert Parker.
Destaco R.P., no meio de tantos outros avaliadores e críticos, pelo simples fato de que se os vinhos estão sendo avaliados como atletas, Robert Parker, certamente, é o Armando Nogueira das uvas. Com um agravante: se um vinho não é bem avaliado pelo cara, dificilmente ele vai para a seleção mundial.
Realmente não achamos que a pontuação de um vinho é o mais importante. Até onde sei, o vinho é feito de uvas, não de pontos. Se nunca deixei de assistir um filme porque a crítica disse que era ruim, nunca deixarei de provar um vinho por esse motivo. Gosto de ter minha própria opinião sobre as coisas.
Mas, nos vinhos, assim como na vida, tem gente que ousa mais ou menos. Para estes últimos, a segurança de uma boa avaliação não tem preço – quer dizer... tem preço e normalmente é caro.
Enfim. Não estamos aqui para falar de Robert Parker. Estamos aqui para falar de um vinho. Não um vinho qualquer, mas um excelente vinho, um dos melhores que provamos: o Alta Vista Malbec Grande Reserve - Terroir Selection 2006.
Um vinho frutado ao extremo. Mais fruta que... a torcida do São Paulo! Mas não é só. Ao nariz, apresenta ainda notas minerais (ferrugem, metal) que remetem a maresia (pode parecer viagem, mas foi opinião de todos os presentes).
Na boca é amadeirado, com taninos fortes, porém realmente aveludados. Uma persistência excelente.
Ah, antes que eu esqueça. Esse vinho recebeu 91 pontos de R.P., mas isso não importa.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lacryma Christi del Vesuvio 2007 - Mastroberardino - Onde há fumaça há... cinzas de vulcão?? *Postagem corrigida


Esse vinho já começa interessante, antes mesmo de ser aberto.
Segundo escrevem alguns, "existe uma lenda de que no século XV a família Borja produzia um vinho de nome Lacryma Christi e que envenenavam seus adversários com esse vinho."
Matt Kramer em seu Os sentidos do vinho, também relata que este vinho inspirou um poeta holandês que, em seus versos, se lamentou pelo fato de Cristo nunca ter derramado suas lagrímas na holanda - mal sabia ele que em compensação o Diabo iria fazer da holanda a terra mais liberal pra se fumar uma ervinha do capeta!
O que eu sei desse vinho é muito pouco. A única conclusão que pude chegar, além de que ele é um vinho muito agradável, é que ele é muito diferente das minhas referências e, portanto, acho que para entendê-lo melhor será necessário mais de uma garrafa (que problemão!).
A começar pela casta típica (Piedirosso) e a terminar pelos aromas e mesmo pelo sabor que me trouxe muito mais dúvidas do que esclarecimentos.
Se percebe que é um vinho frutado e redondo, mas não é só. Ele é muito mais que isso.
Rogério, com sua "napa de nariga" jura que ele tem algo de "fumaça". Vai ver é resultado do fato de suas uvas serem plantadas "nas encostas cobertas de cinzas do vulcão Vesúvio".
Eu passei longe de tudo isso.
Como foi ele que trouxe o vinho diretamente da itália...
O que se pode garantir, certamente, é que se você só traz uma garrafa e a abre na ausência de sua esposa, como ele fez, a fumaça que você pode sentir é do seu couro queimando!
Falando sério, é um vinho muito bom. Aos olhos é rubi profundo, límpido. Ao nariz se apresenta frutado, porém também gramíneo (mato, folha), leve baunilha e a fumaça de Rogério.

Na boca é um bom espelho dos aromas. Muito equilibrado e com uma persistência diferente (ele é longo, mas não em todos os aromas e sabores) Corpo médio. Acompanha bem qualquer massa com molho vermelho. No nosso caso foi um penne com tomates frescos e salsa de trufa (criação do próprio Rogério. É meu irmão!! rsrs)

O 2006 recebeu 89 pontos de RP. (É justamente o da foto, afinal, esquecemos de tirar a nossa)


Vale dos Lobos Cabernet Sauvignon 2005 - Um "traidor do movimento" ou um "ousado tradicionalista"?




Nunca fui um fanático pela febre varietal, ainda mais quando descobri que ela surgiu por iniciativa dos americanos, como uma forma de tentar convencer os consumidores de vinhos de que o simples fato de se utilizar uma casta típica do velho mundo seria a garantia de que os produtores americanos estariam fazendo bons vinhos. Porém, como a grande maioria das jogadas de marketing dos EUA, o fato é que isso deu certo. Tão certo que hoje é praticamente impossível que o consumidor não se interesse por saber “de qual uva” é feito o vinho que ele pretende comprar.
Talvez essa resistência tenha surgido na minha morada temporária Portugal, onde meus amigos se orgulhavam em dizer que “vinho bom é vinho caseiro”, e onde os grandes vinhos de referência – inclusive o Porto – são sempre resultado de uma alquimia de três ou mais (as vezes muito mais) castas.
Mas o fato é que o anseio varietal é hoje parte do mundo dos vinhos. Basta ver esse blog, que fez questão de listar as variedades de uvas postadas.
Passei então a achar que o problema só era realmente sério quando regiões tradicionalmente produtoras de vinhos com castas típicas passaram a utilizar outras variedades mais desejadas pelo mercado internacional – a exemplo da Cabernet Sauvignon.
Foi justamente nesse cenário, repleto de preconceito, que provei o Vale dos Lobos Cabernet Sauvignon 2005 trazido por Fialho diretamente de terras lusitanas.
Vinho português do Ribatejo que se rendeu aos anseios mercantilistas dos yankees ignorantes! Um traidor do movimento! João Gordo dos vinhos!
Quebrei a cara. O fato é que, como a grande maioria dos preconceitos, esse também foi um julgamento errado.
Esse vinho só prova que há espaço para todo mundo (no caso todas as castas). Do mesmo modo que elogiamos nesse blog alguns tradicionais alentejanos e mesmo alguns italianos típicos, temos que elogiar essa inovadora iniciativa da Quinta da Ribeirinha. (“... empresa familiar, situada na Póvoa de Santarém, uma típica aldeia do Ribatejo, terra de Castelos, Mosteiros e Igrejas históricas, de cidades e vilas outrora Paços Reais.Tal como o nome indica, esta região situa-se na margem norte do Rio Tejo, e a Quinta localiza-se na zona do Bairro Ribatejano.”)
Um vinho tão preocupado em inovar sem se afastar das suas origens que se orgulha em anunciar que se trata de um vinho elaborado por meio de “pisa a pé”.
Um cabernet com pedigree lusitano. Um vinho muito bom, que mantém as características típicas da casta, sem perder, de forma alguma, sua tipicidade pátria – licor de passas, cravo, que lhe confere um ar “aPortoado” nos aromas. Boa persistência, taninos muito aveludados. Aos olhos, um rubi intenso e límpido. 13,5% de álcool.
É um cabernet, mas acima de tudo, é um português.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Glossário enológico - uma boa dica

Estamos cansados de saber que o mundo dos vinhos é, também, o mundo das expressões incomuns.
Embora algumas delas sejam realmente uma corda guia que nos leva a encontrar a saída dá caverna (ou da adega!), a verdade é que existe um monte de termos que mais parecem ter sido cunhados como aqueles códigos secretos de guerra que não podem cair nas mãos dos inimigos.
O fato é que em todas as ciências criar uma linguagem técnica própria ajuda a manter uma reserva de conhecimento. Infelizmente, com os vinhos muitos pensam dessa forma.
Uma boa dica para quem quer decifrar esses códigos secretos é o glossário enológico publicado no site da Academia do Vinho. http://www.academiadovinho.com.br/biblioteca/glossari.htm

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Château de Beauregard - Ducourt - Bordeaux 2004 - acertar escrever o nome já o primeiro desafio

Para não aumentarmos as chances de irmos para o “enoinferno” onde provavelmente passaríamos a eternidade sendo obrigados a beber litros e litros de um assemblage de Don Bosco com Chalise, resolvemos corrigir nosso erro e finalmente falar algo sobre um vinho francês.
Na verdade, que o espírito de Don Perignon não me escute, mas esse é outro caso de um vinho que já foi provado há mais de um mês e que o pecado capital que cometemos com certa freqüência, a preguiça, adiou a publicação.
Já que é um momento de confissão, aproveito para dizer que outro fator que contribuiu para a demora no comentário foi a insegurança de falar sobre algo que conhecemos ainda menos: os vinhos franceses. Afinal, o próprio histórico do blog prova que os vinhos argentinos e portugueses tem sido mais freqüentes em nossas taças.
Mas, se na hora da cruz Jesus disse: “Pai, perdoai-vos. Eles não sabem o que fazem”, porque não pedir uma forcinha para incluir um: “... e o que dizem também.”
Vamos lá.

Esse é um vinho com o tão famoso corte bordalês (Merlot e Cabernet Sauvignon, mas sem o Cabernet Franc) da safra de 2004 que mereceu 86 pontos de R.P., e pode ser achado na Mistral por R$ 48,23.

O que mais chamou a atenção de todos foi o acentuado caráter vegetal e terroso no início da taça.
No final de taça se acentuaram o caramelo e chocolate. Calma, não tinha biscoito, portanto, não era um Twix.
Embora no geral seja realmente um bom vinho, principalmente pela certa complexidade de aromas, na boca tem persistência média, taninos leves e apresentou um final alcoólico um pouco marcante, não justificável para o seu teor de 12,5%.

Enfim, essa foi nossa opinião.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Rutini - Cabernet / Malbec 2006


O Rutini é daqueles vinhos que não há como não falar bem. Um grande, entre os tantos acertos da La Rural (Mendoza, AR).

Eu, particularmente, sou fã, tanto do Malbecão quanto desse corte de Cabernet com Malbec que provamos em 10/09/2009 e que a preguiça só me fez "postar" hoje.

É um vinho tão agradável em seu equilíbrio que, segundo o Cmte. Bernard, "dá pra beber uma garrafa no gargalo". O comentário de "Caê" foi somente para destacar que o vinho é muito bom, afinal, ele merece um pouquinho mais de cerimônia.

No geral, consideramos que é um vinho de bom corpo (médio), muito redondo, taninos suaves, nenhum amargor e mais frutado que amadeirado (lá ele) - no chute: acho que é justamente pelo corte de Malbec que lhe acentua o caráter de frutas vermelhas. O destaque é realmente o equilíbrio. Se o saudoso Telê Santana ao invés de técnico tivesse sido enólogo, eu acho que ele iria fazer um vinho parecido com esse.

Em Salvador, ele pode ser comprado na Casa dos Vinhos e fica na faixa dos R$ 100,00. Então quem for pra Argentina traga vários porque lá sai por uns 70 a 80 pesos. Se quiserem nos mandar uma garrafa em agradecimento, prometo que não vamos beber no gargalo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Famiglia Bianchi Cabernet Sauvignon 2006 - Se você busca uma avaliação técnica procure outro blog, esse relato é totalmente parcial


Preciso iniciar essa avaliação esclarecendo que, na minha visão, ela não pode sequer ser chamada de avaliação em sentido técnico. As linhas que se seguem ficam melhor assentadas se chamadas de relato.
Minha relação com o Famiglia Bianchi Cabernet Sauvignon 2006 (http://www.mrman.com.br/, +ou- R$ 30,00) é absolutamente sentimental. A primeira vez que o provei foi em minha lua-de-mel, no tradicional Familia Weiss (AR). O segundo contato foi em uma situação totalmente oposta, após uma notícia profissional ruim, em que o vinho foi aberto na tentativa “criar” um momento bom. O terceiro contato foi com os irmãos (André e Rogério).
Sei que, objetivamente, se trata de um vinho de linha da vinícola da família de Valentin Bianchi (San Rafael, Mendoza), por isso pensei muito antes de escrever essa “avaliação”. A relação pessoal com o vinho certamente traria uma descrição não isenta.
Mas, refletindo um pouco, devemos realmente julgar os vinhos com total isenção? Será que esse tecnicismo, ainda mais partindo de alguém que sequer possui real conhecimento técnico sobre o assunto, é o que se pretende com esse blog? Óbvio que não.
Aqui é um espaço para se falar com sentimento, com opinião pessoal e vinculada a momentos – bons ou ruins – em que o vinho apareceu como protagonista.
Então vamos lá. Se para a maioria esse vinho pode ser apenas um bom exemplar de cabernet. Equilibrado (acidez e álcool bem integrados), corpo médio, taninos marcantes e muito agradáveis, para mim esse vinho reflete felicidade. A frieza técnica não combina com o que penso desse vinho. Para mim ele tem a capacidade espetacular de “agradar momentos”.
Seja numa ocasião boa, como comemoração, seja numa ocasião ruim, como compensação, esse vinho será sempre recorrente em minha taça e na dos que eu gosto.

Obs: O grande João Felipe Clemente - do Blog Falando de Vinhos - faz uma boa avaliação desse cabernet, vale a pena conferir.