quarta-feira, 12 de maio de 2010

NOVECENTO riserva - Chianti Classico 2005 - Dievole



O que se esperar de um chianti que é batizado de Novecento em homenagem aos novecentos anos da vinicola? Pois é. Também tentei responder a essa pergunta diversas vezes, já ciente de que, qualquer resposta, certamente influenciaria negativamente minha experiência com esse vinho. Digo isso porque, na minha opinião, não se pode desenvolver com nenhum vinho uma relação com excessiva expectativa, seja com aqueles que você já provou e gostou, seja com os que você não provou ainda. Cada garrafa é única, por mais clichê que isso possa parecer.
O Novecento foi um dos vinhos que eu trouxe da Itália. Comprei na L'antica Enoteca por recomendação do vendedor. A bela garrafa de vidro pesado e com rótulo dourado, além de um selo de cera com o número 900, realmente lhe remetem ao passado e ajudam demais no apelo de compra.
Nesse cenário, realmente fica difícil não esperar demais do vinho.
Pois bem, é realmente um grande chianti. É vinificado com 90% de sangiovese e 10% de uma casta chamada bacca rossa. Grande corpo, fruta e madeira bem integrados. Se apresentou fechado no início o que me fez ficar arrependido de não ter decantado.
A cor rubi cerrada o torna um belo vinho aos olhos.
Excelente persistência.
Com certeza é um grande vinho e que, com minha curta litragem, me permite colocá-lo talvez como o melhor chianti que já provei.
No entanto, como o excesso de expectativa sempre atrapalha, não sei se estou sendo implicante, mas achei que apresentou um amargor residual que me incomodou um pouco.
Não achei na internet nenhuma loja vendendo esse vinho, mas a vinicola tem uma loja virtual no site (www.dievole.it) que talvez possa ajudar.

Alto de Las Hormigas Malbec 2007 - Quem não tem cão caça com gato



A primeira vez que ouvi falar na Viña Hormigas foi no livro 1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer. Confesso que mais me chamou atenção a curiosa história da fundação da vinécola que as considerações feitas pelo especialista Monty Waldin sobre o Alto de Las Hormigas Malbec Reserva Viña Hormigas 2002, que mereceu a inclusão na lista dos então 1001 vinhos que temos que beber antes da cirrose.
A vinícola foi fundada por um grupo de italianos em 1995, encabeçados por Alberto Antonini e Antonio Morescalchi. "Um vinhedo foi plantado nos solos argilosos de Lujan de Cuyo, adjacentes ao lugar onde fica hoje a vinícola, mas as videiras foram quase imediatamente atacadas por formigas (hormigas). Daí o nome da vinícola." (p. 419)
Tempos depois da leitura, esbarrei com o Alto de Las Hormigas Malbec 2007 numa promoção pela bagatela de R$ 42,00. Tudo bem que não era o recomendado "reserva" Viña Hormigas, que passa 18 meses em barris de carvalho, tampouco era da safra de 2002, mas sendo da mesma família achei que valia a pena experimentar.
Realmente valeu muito. Como costumo dizer: Mais um Malbecão!
Um vinho rubi intenso com alos arroseados. No nariz as potência da fruta visceralmente com notas de fumo e madeira.
Por fim, na boca é encorpado, com boa acidez e persistência média. Notas de especiarias, que me lembraram pimenta preta também surgiram.
A potência alcoólica é condizente com a própria personalidade do vinho. Nada que um tempo de decanter não amenize.
Um vinho intenso em todos os sentidos. Quase selvagem e com uma "marra" argentina que o marcam como um vinho de personalidade.
Definitivamente acompanharia um belo bife de chorizo.