sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Wine Cases


Para quem gosta de aproveitar as viagens para comprar vinhos - o que, diga-se de passagem, quase sempre é um bom negócio - dispõe agora de uma excelente solução: a Winecase. Uma espécie de mala reforçada e apropriada para o transporte de até 12 garrafas.

O produto foi criado pela EZGrip, uma empresa especializada na confecção de cases para transporte de equipamentos de fotografia e filmagem.

Ao que parece a idéia resolve, de uma vez por todas, a velha dúvida: despachar os vinhos na mala e correr o risco de passar uma boa temporada vestindo roupas vermelhas ou despachar as garrafas na própria caixa da loja, sabendo da delicadeza de ogro com que as companhias aéreas tratam as caixas despachadas como frágeis?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Boa notícia - Receita rejeita selo de IPI em garrafa de vinho

Uma avaliação técnica da Receita Federal reprovou a ideia de obrigar produtores e importadores de vinho a colarem selos nas garrafas para comprovar o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O pedido é da Câmara Setorial do Vinho e tinha sido levado ao ministro da Agricultura em 6 de abril. A decisão será do ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas o tema será encaminhado pelo secretário-executivo do ministério, Nelson Machado. Ontem, o subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Michiaki Hashimura, recebeu parlamentares e vários representantes de 102 pequenos produtores de vinho. Eles criticaram o alto custo do selo, aproximadamente R$ 0,20 por garrafa, se comparado ao do preço mínimo do quilo da uva (R$ 0,46).O sócio da Vallontano, Luís Henrique Zanini - presidente da União Brasileira de Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores (Uvifam) - explicou que o documento levado à Receita demonstra que o selo não evita fraudes e a sonegação, mas tem custo suficiente para tirar do mercado empresas com estrutura familiar. "A Receita foi muito sensível aos nossos argumentos. Disseram que o governo não tomará decisão que possa prejudicar os empreendedores familiares", revelou Zanini.A Vallontano é um exemplo de vinícola que pode não suportar essa carga de burocracia e custos adicionais. Zanini revelou que sua empresa tem quatro sócios e ainda conta com dois estagiários. Produzem vinhos tintos, brancos e espumantes, com total de cerca de 30 mil garrafas por ano. De acordo com Zanini, várias associações que apoiaram a ideia do selo voltaram atrás depois de serem informadas dos custos e da burocracia que terão de enfrentar. Ele citou, nessa situação, a Associação Catarinense dos Vinhos de Altitude (Acavitis), a ProGoethe (entidade que representa as vinícolas de Santa Catarina que usam essa uva), Associação Brasileira de Enologia, a Associação Gaúcha de Vitivinicultores (Agavi) e a Associação das Vinícolas de Garibaldi (Aviga). José Molon, da Agavi, procurou ressaltar que sua entidade votou a favor do selo porque não teve oportunidade de receber informações nem sequer de discutir minimamente o assunto. Agora, querem deixar claro ao governo que as 78 vinícolas representadas são contra o selo. Outro dirigente da Uvifam, Werner Schumacher, rebateu um dos argumentos dos defensores do selo. A estimativa de 15 milhões de litros por ano que entrariam no mercado sem pagar tributos é, na sua avaliação, desprezível se comparada aos 150 milhões de litros excedentes que, no ano passado, não encontraram mercado no Brasil. "O país tem mais de 1 milhão de pontos de venda. Quem vai fiscalizá-los? O custo operacional do selo é muito alto e a burocracia é enorme. Para piorar a nossa situação, a colagem terá de ser manual", protestou. O documento da Câmara Setorial do Vinho entregue em abril ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pede que a vigência inicial e experimental do selo de controle do IPI seja de dois anos. Se não for eficaz, deve ser extinto.Fonte: Notícias Fiscais

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Le Ellere Chianti Classico 2004


Uma verdadeira degustação de tintos italianos não poderia deixar de prestigiar um Chianti Clássico. O próprio Don Ruggiro ficava se gabando de ter tomado um Chianti da porra com Vicenzo lá na itália. Enfim, por mais ampla que seja a gama de regiões produtoras, a terra do Galo Nero não pode ser desprezada.

Confesso que nesse caso acabamos desprezando um pouco a ficha de degustação e bebemos mais do que anotamos, porém, de qualquer forma, sempre se consegue extrair algumas opiniões:

Cor rubi brilhante. Vinho de bom corpo, com acidez média, taninos também médios, levemente amadeirado... e...

“Le Ellere” è il nome del vigneto dalle cui uve è tratto questo vino. Si trova nel cuore della fattoria di Castello d''Albola, nel territorio comunale di Radda, nel 1415 capoluogo della Lega del Chianti, della quale facevano parte anche Castellina e Gaiole. Ellera, in vernacolo toscano, significa edera, un tempo molto diffusa sui muretti a secco che delimitavano il vigneto e nei poderi vicini.


Ripasso 2006 - Oferecimento do Dono da Porra


Um dos bons vinhos degustados na noite da Máfia Italiana foi o Ripasso da Casa Vinícola Zonin. Produzido com uvas Corvina (70%), Rondinella (20% ) e Molinara (10%), na região ícone da Itália (Vapolicella), esse tinto, na opinião do grupo, apresentou as seguintes características:
Cor rubi intenso com tons acastanhados. Notas de café, tabaco e chocolate*. Em determinado momento apresentou aromas animais, puxados para carne. A descrição dos aromas já aponta complexidade do vinho.
Pra quem quiser maiores detalhes, em uma pesquisa na internet, acabei encontrando a ficha técnica do vinho publicada no site da própria vinícola. http://www.casavinicolazonin.com/italiano/home.aspx

* Uma informação adicional: Segundo Le Clef Des Vignes (Sopexa 1996) - Empireumática: São todos os odores de torrados e torrificados, café, cacau... que se manifestam principalmente nos grandes vinhos tintos que atingem a sua plenitude.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A noite da Máfia - descobrindo um pouco sobre os vinhos Italianos



Embora esforçados, dedicados e, principalmente, interessados em ultrapassar a superfície do oceano enológico, a verdade é que ainda não mergulhamos mais que poucos metros. Até conseguirmos extrair alguma coisa da camada pré-sal, muitas garrafas vão rolar.
Uma prova incontestável do da nossa carência de informação foi o último encontro.
Motivados pelas resenhas de “Don Ruggiro” sobre os sabores da Itália, resolvemos promover uma degustação de tintos italianos. Primeiro erro. Com a excepcional riqueza da vitivinicultura italiana, dizer que se vai degustar tintos italianos é tão específico quanto dizer que quer comer um acarajé em Salvador.
Deveríamos, certamente, ter delimitado um pouco mais o objeto da análise, talvez pela região.
Mas não foi só isso. A total falta de referência sobre o tema me fez cair na grande besteira de pedir indicações ao atendente da Ana Import. Não quero, de forma alguma, desmerecer as boas ajudas que podem ser oferecidas pelos atendentes de boas lojas de vinho. Trato aqui exclusivamente desse sujeito específico que, segundo a sabedoria de Eduardo Fialho, deve ser formado em Ciências Ocultas e Letras Apagadas e que me indicou um Nero D’avola da Antonini Ceresa que, se muito, deveria ser classificado como vinho de mesa. Trataremos dele adiante.
O fato é que, graças aos demais confrades, tivemos a oportunidade de provar bons vinhos (Sasseo 2006 da Zonin; Um Chianti Clássico – Le Ellere da Castello D’abola 2004 e um Ripasso 2006 da Zonin) e, mais que isso, de dar muita risada nesse encontro que contou com a presença do já citado Eduardo Fialho, Júnior, CMTE Bernard (vulgo “Dono da porra”) e dos fundadores Fialho e Rogério.
Como é de praxe, anotamos as opiniões/avaliações do grupo, que eu publicarei em sequência.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"Àquele que encomendou meia garrafa de vinho, faltar-lhe-á sempre a outra meia". (Gomez de La Serna)

Não haveria de ser um réquiem. As duas únicas garrafas de castas portuguesas que tivemos o prazer de experimentar nos causaram - a mim, a Ricardo e a Rogério - tamanha surpresa que não pude deixar faltar aos meus demais confrades e amigos.

Eis o que nos espera.

Marcus - Gran Reserva - Pinot Noir 2005 - Abaixo das expectativas




Quando se conversa sobre vinhos da Patagônia, a Humberto Canale é citação corriqueira.
Isso não ocorre somente aqui no Brasil. Os próprios Argentinos tem orgulho dessa que é, sem dúvida, considerada a vinícola precursora na produção de vinhos naquela região.
Seguindo essa lógica, Jorge, o proprietário de uma pequena loja de Villa La Angostura, não teve dúvidas em me indicar os vinhos da linha Marcus Gran Reserva, da Humberto Canale, como referência de belos exemplares do Vale do Rio Negro.
Durante a conversa, ele fez questão de demonstrar sua indignação em relação aos turistas que pensam que na Argentina só se produz Malbec e destacou que, por exemplo, na Patagônia a Pinot Noir se destaca por gerar vinhos de ótima qualidade.
Essa é a breve história dessa garrafa.
Se tivesse provado essa garrafa sozinho, diria que as conversas e recomendações prévias que motivaram a compra poderiam ter influenciado negativamente no julgamento, ao criarem uma expectativa exagerada. Mas não foi assim. Fialho e Rogério, que estavam presentes, também não viram grandes qualidades nesse pinot noir.
Aos olhos ele já aparentava uma limpidez e brilho típicos (embora tenha lido, certa vez, de que existem bons vinhos produzidos com essa casta que surpreendem por serem levemente turvos – vou tentar resgatar essa informação)*. Ao nariz, apresentava notas de frutos secos e passas, mas sem grandes surpresas.
No mais, apresentou um final não muito agradável com amargor marcante.
Para não dizer que Jorge estava totalmente errado, há pouco tempo, provei um Malma pinot noir 2005 da NQN que é realmente muito bom. Daqueles que perfuma a casa.
Quanto à Humberto Canale... ainda não provei um grande vinho deles. Se alguém tiver indicações, por gentileza compartilhe.


* De acordo com as informações que encontrei, em razão da delicadeza da Pinot Noir, os bons produtores preferem engarrafar sem filtragem, o que pode contribuir, em alguns casos, para a presença elementos em suspensão, sem que isso represente qualquer defeito do vinho.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vallontano Tannat 2005

O Tannat da Vallontano é o que pode se chamar de um nacional de peso. Um vinho que não poderia receber um adjetivo mais adequado do que simplesmente: complexo.
Fino mas sem frescura. Encorpado mas sem dureza. Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás. Me desculpe a ala feminina, mas esse é um vinho pra homem.
O mais impressionante é que, antes de ir ao Vale dos Vinhedos, busquei pesquisar um pouco mais sobre os vinhos nacionais e não vi grandes referências a essa vinícola, muito menos a esse Tannat. É impressionante como mesmo aqui no Brasil ainda estamos tão vinculados ao lugar comum quando tratamos dos nossos próprios vinhos.
Uma informação que não se divulga, por exemplo, é que a Vallontano, por enquanto, é a única vinícola nacional que é comercializada pela Mistral.
Ed Motta também merece crédito ao ser precursor em reconhecer o valor desse vinho.
Fiz questão de abrir uma garrafa com Rogério e Fialho que podem futuramente passar as impressões que tiveram.
Nesse momento transmito somente as minhas. Violáceo intenso e pouco brilhante. No nariz é surpreendentemente rico em uma mistura forte de café e couro. O paladar corrobora o que é antecipado pelo aroma.
Um ótimo vinho.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tempus Alba


Passei a apreciar os vinhos da Tempus Alba após uma visita in loco. O profissionalismo e cuidado com que tratam os vinhos se reflete até mesmo no atendimento durante as visitas. Mesmo chegando de bicicleta, suado e trajando uma bermuda surrada, durante uma alucinada experiência de Wine and Bike na fantástica Mendoza, fui tratado como o mais nobre dos visitantes. Acho que pensaram: esse louco deve mesmo gostar de vinhos, para vir aqui pedalando.
Na pequena vínicola (ou Bogeda, como dizem os hermanos), que já se destaca pela arquiterura da sua sede, os visitantes são recebidos por um dos enólogos e tem a oportunidade de fazer um breve curso que termina com um teste cego entre duas castas.
Enfim, depois que voltei ao Brasil e tive a grata surpresa de encontrar um vinho da linha Tempus, Cabernet, na prateleira de um mercado - isso mesmo: prateleira de mercado - , essa passou a ser minha vinícola de consumo mais frequente. Vinhos de baixo custo e que atendem perfeitamente ao dia-a-dia.
A linha Tempus Pleno, sempre em assemblage de Malbec e Cabernet Sauvignon, é, na minha opinião, um vinho muito superior a sua linha de preço (+ou- R$ 40,00). A safra de 2003 foi inclusive premiada com uma "Gran Medalla de Oro no concurso catador CMB 2006", mas eu só tive a oportunidade de provar garrafas de 2004 e 2005.
Dos varietais, da linha Tempus (que custam em média R$ 25,00) , me agradam mais o Cabernet Sauvignon e o Malbec.
A única garrafa de Syrah que provei me pareceu inferior aos demais, embora com uma complexidade aromática interessante que, ao meu leigo nariz de baiano, lebrou café e coco.
Mais informações sobre a vínicola podem ser obtidas no site: http://www.tempusalba.com/