terça-feira, 27 de julho de 2010

No Cabernet um Malbec de Cafayate. Quem entende?



Como já era de se esperar, o fato de ter passado quase 20 dias na Argentina contribuiu com alguns litros de informações semi-úteis – ou quase – e, principalmente, de opiniões e palpites, matéria prima fundamental desse blog.

Assim, para não perder ainda mais tempo, vamos começar pela agradável experiência gastronômica que vivi no Restaurante Cabernet, em Palermo. http://www.cabernet-restaurant.com.ar/

Caminhando por Palermo acabei esbarrando nesse charmoso restaurante e no seu curioso nome Cabernet. Digo curioso ao menos para a Argentina, pátria mãe, ainda que adotiva, da Malbec.

O Cabernet é um restaurante que prima por uma carta de vinhos enxuta, porém completa. Posso estar enganado – o que, aliás, não me é incomum – mas tive a impressão de que a carta foi cuidadosamente elaborada tendo-se em conta, efetivamente, o menu oferecido pela cozinha.

Em outras palavras, a mensagem que percebi foi: “o que você precisa para acompanhar nossos pratos, está aqui. Seja você mais ou menos exigente.”

O atendimento foi excelente e os pratos muito bons.

Pedi de entrada uma Crema de Cebollas, seguido de um Bife de Chorizo a las 3 pimientas con Echalotte confitados e flan de maíz.

O sorvete de limão, por conta da casa, numa pequena porção simplesmente para limpar o paladar entre os pratos foi um cuidado inesperado.

A recomendação de vinho foi um Don David Malbec 2008.

Um malbec de Salta, da El Esteco, tradicional Bodega del Valle de Cafayate.

Um vinho que me saiu por 54 pesos (R$ 27,00 – viva ao câmbio favorável) e que, certamente, valeu muito mais que isso.

Rubi intenso. Boa integração fruta/madeira, baixa acidez, bom volume, taninos marcantes, boa persistência.

Uma característica que me chamou atenção foi a atribuída por notas de especiarias que eu não lembro de ter visto em outro malbec.

Será esse o caráter próprio dos malbec de Salta? Só mesmo provando outras garrafas. Que dureza!