quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Amália Rodrigues - Nem às paredes confesso


Depois de tantas postagens tendo como tema de fundo a boa terrinha, minha primeira contribuição para a seção SOMmelier não poderia trazer coisa diversa. Uma boa noite portuguesa, regada a vinhos portugueses deixa de ter o encanto lusitano se não se ouvir, pelo menos algumas vezes, a “Rainha do Fado”, Amália Rodrigues. Eis o clásico “Nem às paredes confesso”, na voz da cantora e atriz nascida em lisboa, nos idos de 1920, comumente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. De lambuja, foto da Senhora minha mãe à porta da Adega Machado, tradicional casa de fado localizada no Bairro Alto, em Lisboa, bem como da carta deixada pela própria Amália à proprietária da casa.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

QL - Alvarinho 2007 (Vinho Verde) - Só meu!

Entre Amarante e Felgueiras, na Região do Minho, nasceu o orgulho da Quinta da Lixa e da região demarcada dos Vinhos Verdes: QL – Alvarinho 2007. A referida Quinta tem se gabado por ter produzido um vinho que, além de tantos outros, recebeu a Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas de 2008. Segundo alardeiam em seu site (www.quintadalixa.pt), é a primeira vez que um Vinho Verde obtém a Grande Medalha de Ouro entre os melhores vinhos do mundo no CMB, obtendo nota acima de 96 pontos. Permitam-me, neste ponto, que me gabe de ter bebido esta garrafa sozinho, sem qualquer remorso. Só lamento por vocês! Assim como a medalha que recebera, aos olhos apresenta-se dourado, com reflexos citrinos. Seu aroma é intenso, exalando notas florais assim que se abre a garrafa, passando, com o tempo na taça, a aromas mais cítricos, que lembram uma limonada. Na boca, uma acidez sensacional, aliada a um levíssimo amargor, traz, efetivamente, à lembrança, uma boa limonada suíça. Tudo isso somado à gaseificação inerente aos Vinhos Verdes deixa esse exemplar absolutamente refrescante, caindo perfeitamente bem num ensolarado domingo à tarde, que, alias, foi a exata ocasião em que bebi. Egoísmos e lamentos à parte, outra garrafa já foi encomendada para, desta vez, ser compartilhada. Ou não.

Entre Neandertais e Churrascos a "Roda dos Aromas"


















Historiadores contam que, desde que o homem é homem o olfato é dos seus sentidos o mais apurado e os cheiros exerciam, já nos Neandertais, grande fascínio. Ou os Neandertais não eram propriamente homens, ou viviam de nariz entupido. Como ficar fascinado com o constante cheiro de catinga saindo de baixo do braço? Lembremos que, naquela época, não se usava sabonete, shampoo, perfume. Há quem diga que sequer existia a prática de tomar banho. Não! Definitivamente, os aromas não agradavam naqueles tempos. Crível é a estória que diz que o interesse dos homens pelos cheiros se deu com o uso do fogo. O presente que nos foi dado pelo titã Prometeu possibilitou o nascimento dos primeiros churrascos. Pois é, o bom “churras” de Busca Vida remonta à Era do Paleolítico Posterior e do Neolítico, cerca de 500 mil anos antes de Cristo. Neste ponto podemos chegar a duas conclusões: (i) Se um homem da caverna aprendeu a fazer um churrasco, não tinha como Bernard não aprender; (ii) o cheiro de carne queimando sim, é fascinante. Logicamente que, de 500 mil anos para cá, evoluímos bastante. Não há dúvidas que o churrasco preparado por Bernard é muitas vezes melhor que o do homo ergaster, assim como o nosso olfato passou a ser muito mais apurado e exigente. Entretanto, em se tratando de vinhos, principal tema deste blog – relembre-se –, nosso olfato ainda se encontra na pré-história, na fase da descoberta. Exatamente por isso, com o fim de nos dar um Norte a seguir neste caminho evolucionário, apresentamos a “Roda dos Aromas”. Entende-la é fácil. Trata-se de três círculos concêntricos, nos quais foram organizados os aromas primários (mais genéricos), os secundários (pouco específicos) e os terciários (específicos demais), de dentro pra fora. Certamente que a prática leva à perfeição, mas, se você não conseguir encontra na sua taça de vinho nenhum dos aromas terciários, não se sinta um Neandertal, afinal, eles comiam churrasco, mas não bebiam vinho.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Wine Dinner com Massimo Battaglini - La Lupa - Salvador


Fazendo aqui um pouco de propaganda totalmente gratuita: me pareceu uma dica interessante o jantar "enogastronômico" que ocorrerá no dia 17/11 no La Lupa em Salvador.

Os pratos serão de responsabilidade dos chefs italianos da Osteria Mattiazzi - BH.

Os vinhos ficarão por conta da Adega (Tio Sam).

Pra falar a verdade, não conheço o trabalho dos chefs, mas os vinhos, se formos tirar pela última degustação que participamos na Adega - e sobre a qual vamos falar em breve -, valerão a pena. A Camila (jovem sommelier da Adega) certamente apresentará bons rótulos.

domingo, 15 de novembro de 2009

Os Ianques e sua irritante mania de padonizar tudo















Com essa tenho certeza que o Cmte. Bernard concordará. O mais viajado dos nossos amigos, após sua estadia de um ano na Alemanha e incansáveis viagens por quase toda a Europa (faltou a Grécia), atestará que, em qualquer lugar do mundo, o BIG MAC tem o mesmo sabor.
Este fato pode até ser considerado uma qualidade por aqueles que gostam de junk food ou por quem não quer se arriscar, num país exótico, a experimentar espetinho de gafanhoto ou ensopado de escorpião.
Entretanto, o problema aparece quando os americanos, exímios produtores de BIG MACS, tentam, como de praxe, impor seu american way of life e sua pobre cultura estandardizada ao resto do mundo.
E esta tentativa não tem sido diferente quando tratamos de vinhos.
De acordo com dados do Instituto do Vinho, “[...] em 1978 a Califórnia tinha 13.000 acres de uvas chardonnay; em 1998, 93.000. Durante o mesmo período, outras variedades começaram a desaparecer. Por exemplo, as plantações de petit sirah caíram de 13.000 acres para cerca de 2.700. Por volta de 1998, apenas duas uvas – chardonnay e cabernet sauvignon – eram responsáveis por 33% do total de uvas prensadas na Califórnia".
O que os Norte Americanos não percebem, ao empurrarem goela abaixo seus oleosos e mal feitos chardonnays e seus cabernet sauvignons potentes e cheios de madeira (lá neles), é que, em se tratando de vinho, o diferente é o excitante, o complexo é o instigante, o inesperado é o surpreendente. E que nada paga a expectativa de, ao abrir uma garrafa, descobrir o que vem além da uva.

CHICO SCIENCE - ETNIA / ANGHEBEN - TOURIGA NACIONAL 2005

Já que esse vinho me fez entrar por um papo de globalização, possibilidades, vinhos que podem ser produzidos em qualquer lugar do mundo, com várias castas, acho justo associar o Angheben Touriga Nacional a essa música do Chico Science.

ANGHEBEN - TOURIGA NACIONAL 2005 - A enoglobalização


Um vinho brasileiro com nome que parece* alemão - que segundo Bernard se pronunciaria "Anguirraben" ou algo parecido - e 100% Touriga Nacional, a mais típica das uvas portuguesas. Alguns céticos diriam que esse vinho tinha tudo pra dar errado. Mas não. Ele é, definitivamente, um bom vinho. Taninos marcantes. Bom corpo. Baixa acidez. Boa persistência. Notas florais e herbáceas, além de empireumáticas e baunilha. Em resumo: todos os requisitos de um bom vinho.
Esse é o fruto de mais uma das experiências dessa vinícola "laboratório" que tem obtido resultados interessantes em seus vinhedos de Encruzilhada do Sul na Serra do Sudeste (RS). Somente 6.700 garrafas foram produzidas na já famosa safra de 2005.
E não se pode esquecer do preço! (+ ou - R$ 30,00). Que Matt Kramer não se sinta desprestigiado, mas vou novamente citar Lawrence Osborne - afinal, quem tem pouco conteúdo se vale da leitura mais recente. Sobre os elevados preços dos vinhos nos dias atuais, ele destaca que "esses preços são um jogo entre pessoas para quem o dinheiro é uma coisa fluida, não algo finito e avaliado com cuidado." Como a minha grana é definitivamente finita, cada vez que provo um bom vinho na faixa dos R$ 30,00 me acho levemente mais esperto do que a maioria dos ursos.
A conclusão que se chega é de que, sem dúvidas, hoje se produz bons vinhos (com bons preços) nos mais diversos lugares do mundo, o que inclui o Brasil - é bom que os preconceituosos leiam! - e com as mais diversas castas que, saídas dos seus países de "origem", propiciam resultados interessantes para os produtores e consumidores que não tem medo de arriscar.

*a verdadeira origem do nome Angheben e mais detalhes sobre esse e outros vinhos podem ser conferidos no próprio site da vinícola www.angheben.com.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Para depois do vinho – Aroma de Café



Quase todo mundo que gosta de vinhos acaba tendo o mesmo apreço por outra bebida: o café. Até mesmo nos nossos encontros semanais, uma boa noite de vinhos só fica completa com um expressinho feito com o blend do Lucca – e até hoje eu espero o café que Bernard prometeu. Sendo assim, segue mais uma dica de leitura: Aroma de Café – Guia Prático para apreciadores de café, de Luis Norberto Pascoal. História, informação técnica (desde o plantio até a xícara) e, de quebra, umas receitas com café que são bacanas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CALLABRIGA 2005 – CASA FERREIRINHA, DOURO – PRECISAMOS MELHORAR O TRANSPORTE DOS VINHOS QUE COMPRAMOS EM VIAGENS


Mais uma baixa que provocamos na lusitana adega de Fialho. Esse tinto do Douro, produzido pela Casa Ferreirinha, certamente passou por maus bocados durante sua viagem de Portugal para o Brasil.
Relembrando os heróis do descobrimento, essa garrafa resistiu a condições degradantes ao ser transportada entre cuecas usadas e meias sujas do nosso amigo André.
É verdade que ela chegou inteira, mas seu conteúdo não ficou intacto.
Brincadeiras à parte, esse vinho certamente já estava descendo a ladeira.
Se trata de um tinto do Douro produzido a partir de uvas das castas tradicionais Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, plantadas na região do Douro Superior, próximo de Barca d.Alva, oriundas da Quinta da Leda. (http://www.sograpevinhos.eu/marcas/4/gama/1372)

Notamos, inclusive, a ocorrência de um defeito que, após uma pequena pesquisa ao Googlemmelier, deve ter relação com a presença de sulfeto de hidrogênio.
Segundo uma interessante matéria do site da revista Adega “certas leveduras, diante de condições extremas de carência de nutrientes no produto, passam a se alimentar de aminoácidos que contêm enxofre, produzindo estes compostos indesejáveis, como o sulfeto de hidrogênio (H2S), mercaptanos e tióis. Vale lembrar que a incidência de iluminação direta por período prolongado pode acelerar o processo de produção destas substâncias, um mal conhecido como "gosto de luz" (goût de lumière).
O sulfeto de hidrogênio possui o aroma característico de ovos cozidos em excesso (alguns chegam a falar em cheiro de ovo podre). Por se tratar de um gás bastante volátil, normalmente agitando-se o vinho na taça ou decantando a garrafa conseguimos eliminar este problema.” (http://revistaadega.uol.com.br/Edicoes/42/artigo132576-2.asp)
No caso da garrafa que provamos não se chegava, nem de longe, a se sentir nenhum cheiro de ovo podre, mas havia um leve cheiro de clara de ovo que certamente influenciou negativamente.
Mas como conosco não tem tempo ruim, seguimos em frente e anotamos o seguinte: Pouco corpo, curto e com depósitos.
Nos deu a impressão de que, se estivesse a 100%, poderia ser um vinho interessante e complexo, com notas de eucalipto e especiarias.
Diante dos problemas já listados, qualquer julgamento taxativo seria injusto. Só mesmo outra garrafa pra tirar a prova.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Etchart Privado Cabernet Sauvignon 2008 - Nada demais




É inegável que a Argentina produz bons vinhos na mesma proporção de jogadores de futebol marrentos. E mais. Foi-se o tempo em que isso ocorria só em Mendoza. Os vinhos da Patagônia já são uma realidade. NQN e Bodegas del Fin Del Mundo são só 2 exemplos de produtores excelentes da região – mantenho minhas restrições em relação a Humberto Canale. Quem tiver uma boa indicação, me ajude a quebrar esse conceito.
O Etchart Privado 2008, Cabernet Sauvignon que provamos, entretanto, não mereceu grandes elogios. Produzido em Cafayate, Região de Salta (mais ao norte de Mendoza) é um vinho médio, agradável e simples. Apresentável.
Rubi intenso com tons de cereja. Fruta, madeira e álcool. Taninos suaves e sem grande expressão. Um final de taça mais interessante – especiarias e algo cítrico. Acidez acentuada e persistência curta. Um vinho um tanto duro.Para que não sejamos injustos, devemos destacar que se trata de um vinho de 2008, de modo que, embora o tempo não seja garantia – uma prova disso é que, provavelmente, sua mulher não irá “amadurecer” como Luiza Brunet – é possível que alguns anos de guarda contribuam para quebrar um pouco da dureza e mesmo suavizar o final alcoólico que se mostrou acentuado.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"O vinho é 99% psicológico"

Ainda bem que Lawrence Osborne está certo (ainda que em parte), ao defender que 99% do vinho é psicológico. Depende do lugar e da companhia.
Digo que ele está certo em parte, pois não concordo com o percentual. Acho que uns 70% está de bom tamanho. Mas que existe uma influência clara, não há como negar.
O vinho é uma bebida. Isto é obvio. O que o torna diferente, entretanto, é a que ele é uma bebida múltipla, que pode assim ser bebido sem muitas pretensões, para simplesmente compor a mesa, ou ser o veículo de uma experiência complexa. Essa experiência envolve aromas, sabores e, principalmente, sentimento. Amizade, amor e, numa noite romântica... muito mais que isso.
Ontem, por exemplo, provamos 03 garrafas. Uma Etchart, Privado Cabernet Sauvignon 2008, uma Callabriga, da Casa Ferreirinha (Douro) de 2005 e um Angheben, Touriga Nacional 2005. Falaremos deles detalhadamente muito em breve, mas o que posso adiantar é que, embora o Angheben tenha se destacado, o fato é que nenhum foi, tecnicamente, um grande vinho. O primeiro, razoável e, talvez, ainda um pouco jovem. O segundo, provavelmente, já na descendente ou mesmo mal viajado - como dizem alguns – entre as cuecas sujas e meias usadas de Fialho. O último uma grata surpresa, por nos fazer ver que realmente acabaram-se as fronteiras para os vinhos – no Brasil se produz, sem dúvida, um bom vinho de nome alemão e com essa casta típica lusitana. Mas, nenhum ganhou visto permanente em nossas adegas. No máximo, visto de turista.
O que fica registrado é o momento. Esses vinhos foram o veículo de uma viajem divertidíssima em que fomos da Cuba revolucionária à Alemanha Nazista passando, de quebra, por baixo da caixa d’agua do Tomba em Feira de Santana.
A avaliação fria e técnica das garrafas pode até ser feita e ficará registrada para quem quiser usar como referência. O que o conteúdo das garrafas nos acrescentou, infelizmente, fica registrado nas nossas retentivas meio fora de órbita.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Para quem está nas primeiras garrafas – Sem segredos







Um livro interessante para quem está dando os primeiros goles no mundo dos vinhos é o Sem Segredos do narigudo Matt Skinner. Esse australiano, que conta com o apadrinhamento de Jamie Oliver, aborda de um modo simples, divertido e entusiasmado os temas básicos sobre a bebida que tanto adoramos. O livro conta ainda com fotos sensacionais de Chris Terry.
Como bem resume a frase de orelha do livro: “Sem segredos lhe dará um pouco mais de confiança, conhecimento e entusiasmo sobre os vinhos”.






CHE, CUBA e um bom porto (Ferreira 10 anos!)

Já que falamos de Che, pra quem simpatiza com o tema, com o ícone ou para quem simplesmente gosta de história vão aqui duas dicas de leitura que realmente valem a pena.
- Ernesto Guevara, Também conhecido como CHE – Editora Expressão Popular, 2008. Do historiador e escritor mexicano, Paco Ignácio Taibo II, esse livro é mais que uma biografia. É um livro que lhe faz entender um pouco melhor porque as coisas são como são.
- Cuba, uma nova história – Jorge Zahar Editor, 2006. De Richard Gott. Um apanhado completo da história da ilha, desde o descobrimento e colonização até os dias atuais. É muito bacana para se ler tomando um bom Porto. Se vacilar dá até pra se imaginar voltando no tempo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Constipation Blues - Nero D`avola Antonini Ceresa

Não há muito o que explicar, ouçam a música e entenderão porque não provar o vinho.

RUTINI MALBEC 2006 - HASTA SIEMPRE COMANDANTE CHE

Até pensei em associar essa música ao Vallontano Tannat 2005, mas percebi que se fizesse isso estaria fazendo muito mais em razão da figura de CHE do que pela música. Um vinho extremamente complexo como o Vallontano tem muito a ver com um sujeito que, sendo argentino, adotou Cuba na tentativa de fazer uma revolução que seria o primeiro passo para tentar mudar a história de toda a américa latina. O Vallontano é um vinho brasileiro, mas que podia ser de qualquer lugar do mundo. Mas aqui, temos que tentar associar o vinho a uma música como um todo e não somente a sua letra. Pensei melhor e achei que ela combinaria melhor com o Rutini Malbec. Um vinho harmônico, agradável e com personalidade. No mais, a uva Malbec tem uma grande proximidade com a figura de CHE. Uma uva que saiu do seu país de origem para encontrar sua plenitude e fazer história em outras terras. Um estrangeiro que, de tão bem integrado ao local para onde migrou, fez história naquele país, mudou a história de um país e conquistou o reconhecimento no mundo.

domingo, 1 de novembro de 2009

Nem só de vinho se alimenta a alma

O vinho é alimento. É bem verdade que alimenta mais o espírito que o corpo. Porém, não só de vinho se alimenta a alma. O vinho se torna um prato muito mais completo e nutritivo quando servido com bons acompanhamentos.
Por essa razão, resolvi acrescentar mais duas "colunas" no blog. Na coluna "acompanhamentos" indicaremos alguns livros (não necesariamente sobre vinhos) afinal, o vinho harmoniza muito bem com uma boa sopa de letras.
Já na coluna "SOMmelier" associaremos músicas a vinhos. Se um determinado vinho fosse feito de notas musicais, como seria?
Logicamente esbararremos no problema do gosto, afinal, tudo que for escrito nessas colunas será de acordo com o nosso gosto e, como disse Lawrence Osborne "... aí é que está o problema. Gosto não se aprende em livros; não é transmitido de uma pessoa a outra. Aí reside sua profundidade. Na escola, os mestres tolos, ao falar de poemas dos quais não gostavam, usavam o velho axioma latino: De gustibus non disputandum est - gosto não se discute. E não se explica. O gosto é um coral perverso: transforma-se lenta e inexoravelmente em formas imprevisíveis, justo porque é uma ramificação da própria vida. Adquirir gosto, então, não é resultado de um estudo; é talento para viver a vida" (O connaisseur acidental).
É isso aí.