quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CALLABRIGA 2005 – CASA FERREIRINHA, DOURO – PRECISAMOS MELHORAR O TRANSPORTE DOS VINHOS QUE COMPRAMOS EM VIAGENS


Mais uma baixa que provocamos na lusitana adega de Fialho. Esse tinto do Douro, produzido pela Casa Ferreirinha, certamente passou por maus bocados durante sua viagem de Portugal para o Brasil.
Relembrando os heróis do descobrimento, essa garrafa resistiu a condições degradantes ao ser transportada entre cuecas usadas e meias sujas do nosso amigo André.
É verdade que ela chegou inteira, mas seu conteúdo não ficou intacto.
Brincadeiras à parte, esse vinho certamente já estava descendo a ladeira.
Se trata de um tinto do Douro produzido a partir de uvas das castas tradicionais Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, plantadas na região do Douro Superior, próximo de Barca d.Alva, oriundas da Quinta da Leda. (http://www.sograpevinhos.eu/marcas/4/gama/1372)

Notamos, inclusive, a ocorrência de um defeito que, após uma pequena pesquisa ao Googlemmelier, deve ter relação com a presença de sulfeto de hidrogênio.
Segundo uma interessante matéria do site da revista Adega “certas leveduras, diante de condições extremas de carência de nutrientes no produto, passam a se alimentar de aminoácidos que contêm enxofre, produzindo estes compostos indesejáveis, como o sulfeto de hidrogênio (H2S), mercaptanos e tióis. Vale lembrar que a incidência de iluminação direta por período prolongado pode acelerar o processo de produção destas substâncias, um mal conhecido como "gosto de luz" (goût de lumière).
O sulfeto de hidrogênio possui o aroma característico de ovos cozidos em excesso (alguns chegam a falar em cheiro de ovo podre). Por se tratar de um gás bastante volátil, normalmente agitando-se o vinho na taça ou decantando a garrafa conseguimos eliminar este problema.” (http://revistaadega.uol.com.br/Edicoes/42/artigo132576-2.asp)
No caso da garrafa que provamos não se chegava, nem de longe, a se sentir nenhum cheiro de ovo podre, mas havia um leve cheiro de clara de ovo que certamente influenciou negativamente.
Mas como conosco não tem tempo ruim, seguimos em frente e anotamos o seguinte: Pouco corpo, curto e com depósitos.
Nos deu a impressão de que, se estivesse a 100%, poderia ser um vinho interessante e complexo, com notas de eucalipto e especiarias.
Diante dos problemas já listados, qualquer julgamento taxativo seria injusto. Só mesmo outra garrafa pra tirar a prova.

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